quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Nora Dobarro e Edson Machado
No dia 26/12/2009 acabou a exposição de Arte Sincrética intitulada MELLERIL: Memento Sincrético, retrospectiva de Arte Sincrética, no Museu de Arte contemporânea Raimundo Oliveira, em Feira de Santana, com isto nós, os Artistas Sincréticos, concluímos as nossas atividades neste ano. Gostaríamos, de agradecer profunda e rotundamente a EDOSN MACHADO, diretor do Museu, pelo carinho e cuidado com que cuidou da exposição, certamente, foi uma das melhores que realizamos. Aproveitamos o ensejo para agradecer, também, a Artista Plástica, Argentina, NORA DOBARRO que arrumou notavelmente a exposição, como dizíamos nos anos 80, “muito louco” e isto, naquela época significava muito bom, e foi deste modo, excepcional, que a disposição espacial das obras ficou. NORA DOBARRO possui um trabalho de arte muito interessante chamado “PROYECTO ARTE CONCRETO EN LA CALLE” uma investigação artística-antropológica em uma cidade do nordeste brasileiro, Feira de Santana. Parabéns NORA e muito obrigado.

Obrigado a todos e desejos um 2010 repleto de arte verdadeira, sem engodo plástico, ou seja, mais obras de arte do que discurso de arte para apoiar obras aleijadas e enganar o espectador, e menos apropriações indébitas. Pense, critique, reaja, não deixe que te manipulem, seja menos colonizado culturalmente, crie e inove agora. Feliz ano novo!!! a todos os povos de todas as cores, crenças e sexos de todas as galáxias do universo... Nós somos, todos, um só...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Demerol

Demerol - Performance de O Inominável na vernissage do AS no MAC de Feira de Santana.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Convite da exposição MELLERIL: MEMENTO SINCRÉTICO (artes plásticas e sonoras)

O AS convida a todos para a exposição de artes visuais e sonoras MELLERIL - Memento Sincrético, retrospectiva dos trabalhos do coletivo, atuante desde 2003.
Museu de Arte Contemporânea (MAC) Raimundo Oliveira, em Feira de Santana - BA
Vernissage: 26/11/2009, às 20h
Visitação: 27/11 a 26/12/2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Memento Sincrético (trecho)

Arraia - Gil Freitas

Memento Sincrético ou Melleril nos quadros de Dissociação de Personalidade : Um retrospecto de seis anos de Arte Sincrética – ou enlevando a automedicação de uma forma cínica classica questionando a hipocondria e a dependência contemporanea. Por Gil Freitas, Souniery Soulemont, Devarnier Hebbadom, Mario Britto. Soterópolis, ago. 2009.


" A tempestade aí está, os mares selvagens saltam para a terra, para destroçar os grossos diques. A maioria dos homens tem um defluxo. Os trens de ferro despenham-se das pontes." (Jakob van Hoddis, in Demokrat, 1911)

Evoquemos antes de começar, as palavras aladas que belamente Baudelaire inscreveu em nossos encefalos em sua Correspondence por volta de 1855: "A natureza é um templo em que vivas pilastras/deixam sair às vezes obscuras palavras/O homem a percorre através das florestas de símbolos/que o observam com olhares familiares/Como longos ecos que de longe se confundem/numa tenebrosa e profunda unidade/vasta como a noite e como a claridade/os perfurmes, as cores e os sons se correspondem…"
Já se foram 2190 dias desde a primeira hora do A.S. e o sentimento que tenho é o mesmo dos Futuristas diante toda a responsabilidade que sua contemporaneidade exigia "… um imenso orgulho enchia nossos peitos, ao nos sentir os únicos em pé, como os faróis ou como as sentinelas avançadas, face ao exército de estrelas inimigas que acampam nos seus bivaques celestes…" (F.T. Marinetti - 1909), e nós Sincréticos, o tempo passado, forçados somos a novos voôs em novas esferas, porque passamos todos esses dois milhares de dias propondo a panacéia definitiva para todos os males em muitos lugares, conseguindo expandir nossas ações muito além dos limites da Vila Velha de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, extasiada que é com suas miçangas e todo o onanismo fastidioso de sua pseudo intelectualidade brejeira mezzo mulato isoneiro e celebridades de meia pataca exibindo uma aparente sofisticação em si mesma patética. "Dissimular o estado de decadência em que chegamos seria o cúmulo da insensatez. Religião, costumes, justiça, tudo decai, ou logo sofre uma transformação inelutável. A sociedade se desagrega sob a ação corrosiva de uma civilização deliquescente. O homem moderno é um insensível. Afinamento de apetites, de sensações, de gosto, de luxo, de prazer; nevrose, histéria, hipnotismo, morfinomania, charlatanismo cientifico..." (Verlaine) faço minhas essas considerações do Mestre Decadentista que também é mestre destes pueris postulantes a doutores da arte, que me parecem ainda perdidos com seus "Deveres de Casa" muito bem orientados por seus não-professores/artistas/célebres. "A arte era um jogo de avelã, os meninos juntavam as palavras que têm um toque de sino no fim, depois choravam e gritavam a estrofe, e lhe metiam as botinas das bonecas e a estrofe se tornou rainha para morrer um pouco e a rainha se tornou baleia, as crianças corriam até perder o fôlego..." (Tristan Tzara. Manifesto do Senhor Antipirina, 1916). Tenho uma impressão que tudo é produzido, conceituado para um estado de distanciamento ou como preferem um estranhamento, um deslocamento do ser com relação a si mesmo e ao todo, perdendo assim uma visão mais ampla da existência, me parecendo proposital a aplicação de uma antropotecnica (como diria Harbemas) cretina de autoanulação. Ah! estranheza da arte que não proporciona nada além de algo análogo ao quadro dissociativo de personalidade (é o que faz os equizofrênicos interiorizados em sua própria realidade fragmentada). Lembrei-me de ter lido uma conferência de Aldous Huxley para a alunos da Faculdade de Medicina da California em San Francisco no ano de 1961 "Na próxima geração se fará um método farmacológico para fazer as pessoas adorarem sua escravidão e produzir a ditadura sem lágrimas por assim dizê-lo. Produzir uma classe de campo de concentração sem dor para sociedades inteiras de modo que as pessoas de fato terão sua liberdade quitada de si, pois a desfrutaram bastante, porque serão distraídos de qualquer desejo de reberlar-se pela propaganda, ou a lavagem cerebral, a lavagem cerebral reforçada por métodos farmacológicos. E isto parece ser a revolução final." e penso em todas as conexões possiveis que tudo isso pode ter, mas, o que penso no meu íntimo não vem ao caso, me vem a mente agora Bergson e sua observação sobre o objeto da arte " O objeto da arte é adormecer as potências ativas a mais bem resistente de nossa personalidade, e conduzir-nos assim a um estado de docilidade perfeita onde simpatizamos com o sentimento" (Donnèes inmédiates de la conscience, pag 11) mas, não adormercer a ponto de salivar aos borbotões. Todas as razões expostas, não sei se de forma clara e, sinceramente, não me importo com isso, sei bem que somos uma sociedade avessa ao exercício do pensar. Exercemos nestes milhares de dias, nós os A.S. - Artistas Sincréticos, nosso papel de produtores de arte e aprendizes de seus mistérios sublimes, com ela nos tornamos maiores, mais vastos como diria Baudelaire, depois de tantas voltas em torno ao irmão sol e em tantas vezes que a bela Jaci revelava sua face para depois encobrir sob um véu de nuvens entremeado de longinquas rutilâncias, havia uma necessidade de repassar o dito e o concebido para uma devida correção de rota, avaliando erros e possiveis acertos, perceber distorções, desfazê-las, é preciso separar o joio do trigo num exercicio de autodesenvolvimento. É preciso falar das fases, dos estilos, dos conceitos, juntar as partes do corpo da obra que se espalharam ao vento, definí-los, colocá-los em seu devido contexto, alicerçando os fundamentos que nos norteiam a uma Utopia possivel de nossas mais elevadas aspirações.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Só - impressões de um sincrético em Porto Seguro

Em meio a estrada
Que se revelava instante a instante em cada vale
Em cada nova curva e monte e serra a ser vencida o corpo por sobre a superficie de um mar interior de quando em vez ruidoso
Projetando-me para frente, a mente se afundando em memórias
Ausente de algo em mim como numa abstinência, aborrecia-me o fato das estrelas serem as mesmas, mesmo sabendo quem nem pudessem existir mais
No fim é tudo uma ilusão do que queremos ver, vivemos em sonhos, muitas vezes ligados a temores de infancia, ah! como a vertigem das alturas me paralisava os membros, e como me atirando em direção das rochas o mar esbofeteando-lhes as fauces, salpicava-me as asas em voos rasantes sobre as escumas das vagas, nunca mais os abismos me meteram medo, me viciei neles, adoro percorrer-lhes as encostas, descendê-las, ascendê-las, toda a grandiosidade do mar em seus temíveis tsunamis não me agrada mais que as grandes alturas destes montes encobertos por um veu às vezes
Ao pequeno presbítero digo: " aproveite a vista e desçamos até o centro da terra, controla tua própria vertigem"
E descendo ao interior da terra e adentrando cada vez mais em minhas memórias queimava ao sol de uma cidade estranha.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A.S. em Porto Seguro


O Artista Sincrético Gil Freitas esteve presente na abertura do Salão Regional de Artes Visuais em Porto Seguro, no dia 18/09.
O A.S. participa com a obra coletiva Beraba Igbin 02 mg.

Salão Regional de Artes Visuais em Porto Seguro


Os Artistas Sincréticos estão presentes no Salão Regional de Artes Visuais em Porto Seguro que acontece de 18/09 a 01/11 no Centro Cultural de Porto Seguro.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Demerol the jeroky je'oi agojún, urban art, in the Orixás Center



Hembadoom com o cartaz, Demerol a jeroky je'oi agojún, no o Orixás Center, Centro de Salvador.

Demerol a jeroky je'oi agojún


No dia 05/07/2009, o coletivo A.S. colocou algumas Artes Urbanas na cidade de Salvador. Trata-se do cartaz intitulado Demerol a Jeroky je'oi agojún. Mario Britto no detalhe na Carlos Gomes, Centro de Salvador.

quinta-feira, 18 de junho de 2009



Nós, os ARTISTAS SINCRÉTICOS (A.S.), convidamos a todos para a exposição APRAZ 0,25mg. Que será aberta no dia 19/06/2009 às 19hs, na Biblioteca Juracy Magalhães Junior, na Ilha de Itaparica.

Nesta exposição estaremos Lançando a, fase áurea hermética, segunda fase das ações dos ARTISTAS SINCRÉTICOS. Aplicaremos também nos objetos de arte e na musica Sincrética a linguagem hermética sincrética inter-étnica. Nesta exposição terennos as seguintes manifestações Sincréticas: musica, cartaz, pintura, arte digital, fotografia e objetos.

O remédio contra o tédio do "contemporâneo" funcionou. Passaram a nos copiar...


Aguardamos vocês.

Devarnier Hembadoom, Gil Freitas e Mário Britto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Intervenção Sincrética urbana

Oa Artistas Sincréticos em ação no Sandwiche Rock Bar, Rio Vermelho, 16/05/2009.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

magui desabou emocionalmente - Devarnier Hembadoom

quarta-feira, 8 de abril de 2009

segunda-feira, 30 de março de 2009

Fiat Lux

Alba - Gil Freitas


E
De
Que luz
Era constituido sua
Essencia de corpo e espaço
Que luz inefavel desprendia-lhe da face em esplendor
Antes que a aurora primeva lançasse aureas melenas sobre o manto da noite com dedos roseos
Antes que a superficie informe das aguas fossem toda a certeza dessa mesma noite e desse mesmo
Silêncio em suspense soturno

sexta-feira, 20 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

O homem contemporâneo

Alexandre ensaia seu suicidio no crepúsculo vespertino - Devarnier


vejo-o
sim
vejo-o perdido
e quem sou
para inquerir-lhe sobre isso
A natureza de suas investigações superficiais pueris plenas de estupefação hebefrênica
do seu joguinho de contos de fadas de uma civilidade idealizada no lúdico de uma terapia de grupo
tempo demais ingerindo seus paraisos suas tranquilidades artificiais que em nada confortam na manhã fria


o
medo
respira-o e sorve
medo de tudo, medo da vida
medo das crises financeiras mundiais quebrando
quebrando como ondas de tempos em tempos , ressacas terriveis na manhã
não lembra de nada porque de nada sabe, nada sabe das minusculas particulas que se manisfestam
que se manisfestam de geração a geração até formar aglomerados estelares voluteando em torno de um supermassivo corpo cosmico de uma infinita e ainda inimaginável beleza


a
guerra
sim, guerra
a boa e velha guerra
de todo o santo dia e noite
arrebata-lhe, torna-lhe os movimentos involuntários
os pensamentos se os tem são lampejos de desejos de instinto basico
desconhece a dança que sobre suas cabeças vertiginosa se desenrola desfigurando a face dos mundos
as galaxias colidindo em espledourosa gloria destrutiva as presas de Shiva dilacerando o corpo plastico do cosmo transmutando isso naquilo e aquilo no além inimaginavel,
mas como os suinos avistam o céu sua magnificiencia de exuberante azul apenas para lamentar a existência que lhes escapa por entre os dedos em grunhidos inauditos de esgar.

O homem contemporaneo - Gil Freitas

quinta-feira, 5 de março de 2009

Para ser um sincrético


Veja sempre o universal das coisas, não buscando as diferenças, mas as similitudes.
- O homem é síntese : Síntese de processos fisico-quimicos-biologicos-psiquico-espirituais , todo o tempo agrega, gestos, frases, fragrâncias, lembranças que mistura e molda a seus sonhos em formas, cores, palácios, microchips, leis, lixo, bombas atômicas, obras de artes. Constrói pirâmides por não ter grandes montanhas no deserto; sonha, visualizando na mente, e materializa, vivenciando a experiência que lhe adiciona, não como um monstro de frankenstein, mas como um microcosmo em eterna expansão.

O que menos importa é o estilo e sim a estética (a busca pela perfeição, o belo).
- O homem a todo instante, por necessidade, sincretiza o mundo para apreendê-lo, a todo instante mescla técnicas aparentemente díspares. É um imperativo resolver o mundo e representá-lo, é preciso uma conclusão.

Arte é expressão, comunique.
- O homem na sua busca da arte, no domínio de sua expressão como um microcosmo, precisa comunicar suas descobertas de um absoluto, de um infinito, algo relevante que permaneça definitivo; a unidade do todo numa síntese onde se resolve a si mesmo como parte ligada ao todo e a todos os outros homens que em essência compartilham de um mesmo saber universal

Não estabelecer padronização, cada obra é única, como todo individuo.
* - O homem é prepotência, pura vontade de potência, sua suposição de um vir a ser lhe oprime como a possibilidade de espaços abertos. O desconhecido, o quer por inteiro revelado, classificado e quantificado para catalogação e posterior uso, porque tem medo das garras terríveis do imponderável, do não classificado, da obra em aberto, tudo tem de haver inicio e termo para manipulando, combinando, esse jogo de dados, justificar este ou aquele ato e sua necessidade de algo em vista ou à mão ou talvez o instinto animal de poder e sexo ( guio a matilha, sou o mais forte dos machos e acasalo com todas as fêmeas primeiro...)

Trave conhecimento do caminho de todas as artes (como diria Myamoto Musashi)

Mergulhe, nunca se contente em flutuar apenas.

Seja você!!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Poema sincretico nº 2

Noite Negra - Gil Freitas


É
Com
Um sentimento
Sentimento de desprezo
Cercado pela turba
Divisando uma miríade de rostos silenciosamente turvos silenciosamente obscuros de suas intenções em verdade


Não
Em
Nenhum momento
Transpirei como se exaltado
Exaltado em êxtase como se transcendesse as esferas


Tanto
Certamente
Nenhuma dúvida
Tanto que andei
Lhes garanto sem sequer um passo
Sem sequer um passo dado em direção alguma

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Projeção Áurea #3 - Gil Freitas


Poema Sincrético Nº 1 - Da importância do Silêncio e dos Espaços em Branco na Obra Sincrética

... Silêncio...
... O quê poderia dizer-lhe esta manhã? as coisas transcorrem seu curso e chegam ao seu termo,
continuo apaixonado pela vida, perdido de amores pela certeza de que nunca poderei abarcá-la por inteira, porque uma vida inteira é em verdade uma pequeníssima eternidade, não percebes isso quando um leve roçar do vento sobre sua face lhe faz remontar toda atmosfera de um dia qualquer da infância? o que poderia dizer-lhe nessa manhã? onde me dissolvo em mim mesmo e num encadeamento de pensamentos como de uma fonte jorrando, querer falar a vida é tecê-la numa possível realização, nunca, nunca ela em sua inteireza.
porque corres por entre meus dedos como a areia do tempo, como a água verte das veias das montanhas, pseudópodes que se estendem ao mar...
... e ao cabo retornamos ao silêncio...
... creio que se engane quem ache que o silêncio é o vazio...
... ele é apenas destituído de forma, nada lhe contém a não ser a mente que lhe percebe a extensão...
... seria o silêncio sempre o mesmo? ou haveria um infinito de silêncios...
... Falar do silêncio é em si mesmo um absurdo, deixe-se o silêncio fluir sufocando a palavra morta na garganta, apagando qualquer traço destes grunhidos selvagens desse instrumento vocalia ...
... o silêncio se fez em seguida ao alarido da geração, permanece suspenso na infinitude deste instante e permanecerá ainda em suspenso quando o infinito ao seu termo chegar...
... o silencio são os espaços em branco na pagina escrita, é onde prendemos a respiração ou ao fôlego retomamos

dispostos ao novo salto...

Gil Freitas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Exposição em Fortaleza - CE

O coletivo AS inaugura hoje, 06/02, a exposição "DIAZEPAN - alívio para acidez cotidiana", no Salão de Exposições do Sesc Senac de Iracema, Fortaleza-CE, onde permanece até 01/03.
rosa somatizando stress após discussão com seu amado - Devarnier
Sempre perguntam “Por que Artistas Sincréticos?” De imediato associam ao sincretismo religioso. O nome tem dupla intenção: é uma referência, uma alusão ao remédio AAS (acido acetil salicilico), popularmente chamado de AS, e também remete à ideia de Sincretismo religioso, forma sábia de manutenção religiosa utilizada pelos escravos frente às proibições dos colonizadores, já que ser artista no Brasil requer uma resistência e uma sagacidade fenomenal. Sincretismo, segundo Aurélio Buarque de Holanda: sincretismo - [Do gr. synkretismós, 'reunião de vários Estados da ilha de Creta contra o adversário comum', pelo fr. syncrétisme.] S. m. 1. Filos. Tendência à unificação de ideias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.[Cf., nesta acepç., ecletismo (1).] 2. Amálgama de doutrinas ou concepções heterogêneas; 3. Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários. Quanto ao sentido parecia pertinente, porque não dizer perfeitamente condizente com a formação do povo brasileiro que é sincrética na sua raiz, quando não quanto à forma aparente, o é no conteúdo, nos hábitos e na cultural totalmente difusa e rica, a palavra sincrética é mais que perfeita para traduzir a Brasilidade, por sua vez, muito melhor para batizar um coletivo de arte Brasileiro, visto que explicita de modo preciso as suas intenções de diluição das barreiras técnicas e conceituas que existiram na arte moderna e fusão de linguagens e técnicas em busca do todo que é a vida.
Gil Freitas

arte sincrética




arte desenvolvida pelo grupo de artistas plásticos e músicos alternativos, auto-denominados artistas sincréticos; diz-se da arte que contem conjuntamente dispostos no objeto de arte imagens, números e ou numerais, letras e ou textos; arte que propõe e entende a vida e o mundo como um todo, ao contrario da eterna bifurcação da cultura ocidental propõe agregar e não excluir; arte que, percebendo a contínua negação diametral dos seguidos movimentos de arte moderna e suas decorrências, resolveu tragar todas as linguagens e técnicas em vez de dispensar, o que constitui de certa forma um sincretismo; em sua primeira fase trata da temática escolhida pelos artistas sincréticos. As diversas linguagens desenvolvidas pelos artistas sincréticos com elementos característicos e próprios destes (pinturas, objetos, desenhos, esculturas, fotografias, arte digital, instalações, gravuras etc.)” Quanto a sua primeira fase líamos: fase de observação analítica exterior - fase de produção da arte sincrética com construção de objetos de arte inspirados na estética caixas de remédios; que tem por temática propositalmente deliberada a captura e materialização plástica dos sentimentos, sensações, tensões, pressões e questões existenciais, ligadas as ações dos estímulos insistentes, que ocorrem no corpo das pessoas, o questionamento e exposição da relação do homem contemporâneo com o uso de psicotrópicos e remédios; da busca do alivio para as dores do mundo, com mecanismos artificiais, contra o estorvo e o tédio; que busca analisar os problemas que afligem os homens do seu tempo na velocidade do mundo informatizado, na sua incapacidade de fornecer respostas aos estímulos continuados da sociedade de consumo e da sua tradução em doenças psicossomáticas; que percebe uma troca na busca de soluções, agora, não mais religiosas e, sim, sintético-químicas para estes problemas.
(HEMBADOOM, Devarnier. 2003).