terça-feira, 10 de março de 2009

O homem contemporâneo

Alexandre ensaia seu suicidio no crepúsculo vespertino - Devarnier


vejo-o
sim
vejo-o perdido
e quem sou
para inquerir-lhe sobre isso
A natureza de suas investigações superficiais pueris plenas de estupefação hebefrênica
do seu joguinho de contos de fadas de uma civilidade idealizada no lúdico de uma terapia de grupo
tempo demais ingerindo seus paraisos suas tranquilidades artificiais que em nada confortam na manhã fria


o
medo
respira-o e sorve
medo de tudo, medo da vida
medo das crises financeiras mundiais quebrando
quebrando como ondas de tempos em tempos , ressacas terriveis na manhã
não lembra de nada porque de nada sabe, nada sabe das minusculas particulas que se manisfestam
que se manisfestam de geração a geração até formar aglomerados estelares voluteando em torno de um supermassivo corpo cosmico de uma infinita e ainda inimaginável beleza


a
guerra
sim, guerra
a boa e velha guerra
de todo o santo dia e noite
arrebata-lhe, torna-lhe os movimentos involuntários
os pensamentos se os tem são lampejos de desejos de instinto basico
desconhece a dança que sobre suas cabeças vertiginosa se desenrola desfigurando a face dos mundos
as galaxias colidindo em espledourosa gloria destrutiva as presas de Shiva dilacerando o corpo plastico do cosmo transmutando isso naquilo e aquilo no além inimaginavel,
mas como os suinos avistam o céu sua magnificiencia de exuberante azul apenas para lamentar a existência que lhes escapa por entre os dedos em grunhidos inauditos de esgar.

O homem contemporaneo - Gil Freitas

1 comentários:

Bella disse...

Fazer o quê? Para os porcos, a existência limita-se à sua porção de lavagem e lama à vontade...
"Os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros."