segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Só - impressões de um sincrético em Porto Seguro

Em meio a estrada
Que se revelava instante a instante em cada vale
Em cada nova curva e monte e serra a ser vencida o corpo por sobre a superficie de um mar interior de quando em vez ruidoso
Projetando-me para frente, a mente se afundando em memórias
Ausente de algo em mim como numa abstinência, aborrecia-me o fato das estrelas serem as mesmas, mesmo sabendo quem nem pudessem existir mais
No fim é tudo uma ilusão do que queremos ver, vivemos em sonhos, muitas vezes ligados a temores de infancia, ah! como a vertigem das alturas me paralisava os membros, e como me atirando em direção das rochas o mar esbofeteando-lhes as fauces, salpicava-me as asas em voos rasantes sobre as escumas das vagas, nunca mais os abismos me meteram medo, me viciei neles, adoro percorrer-lhes as encostas, descendê-las, ascendê-las, toda a grandiosidade do mar em seus temíveis tsunamis não me agrada mais que as grandes alturas destes montes encobertos por um veu às vezes
Ao pequeno presbítero digo: " aproveite a vista e desçamos até o centro da terra, controla tua própria vertigem"
E descendo ao interior da terra e adentrando cada vez mais em minhas memórias queimava ao sol de uma cidade estranha.

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