sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Poema sincretico nº 2

Noite Negra - Gil Freitas


É
Com
Um sentimento
Sentimento de desprezo
Cercado pela turba
Divisando uma miríade de rostos silenciosamente turvos silenciosamente obscuros de suas intenções em verdade


Não
Em
Nenhum momento
Transpirei como se exaltado
Exaltado em êxtase como se transcendesse as esferas


Tanto
Certamente
Nenhuma dúvida
Tanto que andei
Lhes garanto sem sequer um passo
Sem sequer um passo dado em direção alguma

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Projeção Áurea #3 - Gil Freitas


Poema Sincrético Nº 1 - Da importância do Silêncio e dos Espaços em Branco na Obra Sincrética

... Silêncio...
... O quê poderia dizer-lhe esta manhã? as coisas transcorrem seu curso e chegam ao seu termo,
continuo apaixonado pela vida, perdido de amores pela certeza de que nunca poderei abarcá-la por inteira, porque uma vida inteira é em verdade uma pequeníssima eternidade, não percebes isso quando um leve roçar do vento sobre sua face lhe faz remontar toda atmosfera de um dia qualquer da infância? o que poderia dizer-lhe nessa manhã? onde me dissolvo em mim mesmo e num encadeamento de pensamentos como de uma fonte jorrando, querer falar a vida é tecê-la numa possível realização, nunca, nunca ela em sua inteireza.
porque corres por entre meus dedos como a areia do tempo, como a água verte das veias das montanhas, pseudópodes que se estendem ao mar...
... e ao cabo retornamos ao silêncio...
... creio que se engane quem ache que o silêncio é o vazio...
... ele é apenas destituído de forma, nada lhe contém a não ser a mente que lhe percebe a extensão...
... seria o silêncio sempre o mesmo? ou haveria um infinito de silêncios...
... Falar do silêncio é em si mesmo um absurdo, deixe-se o silêncio fluir sufocando a palavra morta na garganta, apagando qualquer traço destes grunhidos selvagens desse instrumento vocalia ...
... o silêncio se fez em seguida ao alarido da geração, permanece suspenso na infinitude deste instante e permanecerá ainda em suspenso quando o infinito ao seu termo chegar...
... o silencio são os espaços em branco na pagina escrita, é onde prendemos a respiração ou ao fôlego retomamos

dispostos ao novo salto...

Gil Freitas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Exposição em Fortaleza - CE

O coletivo AS inaugura hoje, 06/02, a exposição "DIAZEPAN - alívio para acidez cotidiana", no Salão de Exposições do Sesc Senac de Iracema, Fortaleza-CE, onde permanece até 01/03.
rosa somatizando stress após discussão com seu amado - Devarnier
Sempre perguntam “Por que Artistas Sincréticos?” De imediato associam ao sincretismo religioso. O nome tem dupla intenção: é uma referência, uma alusão ao remédio AAS (acido acetil salicilico), popularmente chamado de AS, e também remete à ideia de Sincretismo religioso, forma sábia de manutenção religiosa utilizada pelos escravos frente às proibições dos colonizadores, já que ser artista no Brasil requer uma resistência e uma sagacidade fenomenal. Sincretismo, segundo Aurélio Buarque de Holanda: sincretismo - [Do gr. synkretismós, 'reunião de vários Estados da ilha de Creta contra o adversário comum', pelo fr. syncrétisme.] S. m. 1. Filos. Tendência à unificação de ideias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.[Cf., nesta acepç., ecletismo (1).] 2. Amálgama de doutrinas ou concepções heterogêneas; 3. Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários. Quanto ao sentido parecia pertinente, porque não dizer perfeitamente condizente com a formação do povo brasileiro que é sincrética na sua raiz, quando não quanto à forma aparente, o é no conteúdo, nos hábitos e na cultural totalmente difusa e rica, a palavra sincrética é mais que perfeita para traduzir a Brasilidade, por sua vez, muito melhor para batizar um coletivo de arte Brasileiro, visto que explicita de modo preciso as suas intenções de diluição das barreiras técnicas e conceituas que existiram na arte moderna e fusão de linguagens e técnicas em busca do todo que é a vida.
Gil Freitas

arte sincrética




arte desenvolvida pelo grupo de artistas plásticos e músicos alternativos, auto-denominados artistas sincréticos; diz-se da arte que contem conjuntamente dispostos no objeto de arte imagens, números e ou numerais, letras e ou textos; arte que propõe e entende a vida e o mundo como um todo, ao contrario da eterna bifurcação da cultura ocidental propõe agregar e não excluir; arte que, percebendo a contínua negação diametral dos seguidos movimentos de arte moderna e suas decorrências, resolveu tragar todas as linguagens e técnicas em vez de dispensar, o que constitui de certa forma um sincretismo; em sua primeira fase trata da temática escolhida pelos artistas sincréticos. As diversas linguagens desenvolvidas pelos artistas sincréticos com elementos característicos e próprios destes (pinturas, objetos, desenhos, esculturas, fotografias, arte digital, instalações, gravuras etc.)” Quanto a sua primeira fase líamos: fase de observação analítica exterior - fase de produção da arte sincrética com construção de objetos de arte inspirados na estética caixas de remédios; que tem por temática propositalmente deliberada a captura e materialização plástica dos sentimentos, sensações, tensões, pressões e questões existenciais, ligadas as ações dos estímulos insistentes, que ocorrem no corpo das pessoas, o questionamento e exposição da relação do homem contemporâneo com o uso de psicotrópicos e remédios; da busca do alivio para as dores do mundo, com mecanismos artificiais, contra o estorvo e o tédio; que busca analisar os problemas que afligem os homens do seu tempo na velocidade do mundo informatizado, na sua incapacidade de fornecer respostas aos estímulos continuados da sociedade de consumo e da sua tradução em doenças psicossomáticas; que percebe uma troca na busca de soluções, agora, não mais religiosas e, sim, sintético-químicas para estes problemas.
(HEMBADOOM, Devarnier. 2003).