sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sempre perguntam “Por que Artistas Sincréticos?” De imediato associam ao sincretismo religioso. O nome tem dupla intenção: é uma referência, uma alusão ao remédio AAS (acido acetil salicilico), popularmente chamado de AS, e também remete à ideia de Sincretismo religioso, forma sábia de manutenção religiosa utilizada pelos escravos frente às proibições dos colonizadores, já que ser artista no Brasil requer uma resistência e uma sagacidade fenomenal. Sincretismo, segundo Aurélio Buarque de Holanda: sincretismo - [Do gr. synkretismós, 'reunião de vários Estados da ilha de Creta contra o adversário comum', pelo fr. syncrétisme.] S. m. 1. Filos. Tendência à unificação de ideias ou de doutrinas diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.[Cf., nesta acepç., ecletismo (1).] 2. Amálgama de doutrinas ou concepções heterogêneas; 3. Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários. Quanto ao sentido parecia pertinente, porque não dizer perfeitamente condizente com a formação do povo brasileiro que é sincrética na sua raiz, quando não quanto à forma aparente, o é no conteúdo, nos hábitos e na cultural totalmente difusa e rica, a palavra sincrética é mais que perfeita para traduzir a Brasilidade, por sua vez, muito melhor para batizar um coletivo de arte Brasileiro, visto que explicita de modo preciso as suas intenções de diluição das barreiras técnicas e conceituas que existiram na arte moderna e fusão de linguagens e técnicas em busca do todo que é a vida.
Gil Freitas

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